Resenha- Carolina
20:19:00
Carolina Maria de
Jesus, negra, favelada, escritora, sonhadora, mãe solteira, catadora de papel,
poetisa, mulher, batalhadora, apenas isso não conseguira resumir ao todo, o que
Carolina foi de verdade.
Foi xingada, maltratada,
humilhada, já foi apedrejada junto com os seus filhos ao sair da favela do
Canindé.
Citação
do livro: “Para os ricos que a
veneravam, o sonho acabou quando perceberam que ela era pobre “soberba”, para
os pobres, “crioula metida”.
Viu muito homem
machista pela sua vida, homem que a xingavam, e até mesmo aqueles que batiam
nas suas próprias esposas na favela, mas para Carolina, era só dizer “sou da
favela” que os homens tremiam na base.
Carolina morava na favela do Canindé junto com
seus três filhos (João José de Jesus, José Carlos de Jesus e a caçula Vera
Eunice de Jesus), sempre saia bem cedinho de casa para catar papel.
O recente livro que eu
li sobre Carolina, me fez perceber, que a historia da escritora é de reflexão,
sabedoria, conhecimento, superou até o escritor Jorge Amado, Carolina uma
escritora muito considerada na literatura negra, uma escritora que não tinha
medo de nada, falava tudo o que viesse a
sua mente, tinha ideias próprias, opinião formada. Passou-se por algum stress
na rua, mas voltava para o seu barraco, para escrever, pois só isso te
acalmava, com lápis e papel na mão ela não via o tempo passar.
Citações
do livro:
“Ler Carolina, tem como objetivo de estudo
noticia de jornal, entre outros, permite-nos afirmar que essa mulher foi uma
socióloga da pratica, ao sempre questionar a condição humana: do homem, mulher,
pobre, rico, negro, branco, do culto, inculto, alienado, da migração dos
nordestinos e nortistas para a região sudeste, da marca da fome na vida do
sujeito, da dignidade ou falta dela, e por fim, sempre questionando o porquê da
vida”.
“Carolina não dominava a norma padrão da língua, mas a arte da
escrita”. Foram mais de 5 mil paginas entre memorias, relatos, romances,
poemas, contos, provérbios, letras de musica etc. Tentaram deixa-la na
alienação da favela, mas ela conseguiu superar sua condição imediata e se
mostrou, por fim, para que veio: Para ser escritora, conforme se
autodenominava-se
“Aprendeu com outros
errantes, que havia sopas nas igrejas, agasalhos das campanhas de natal, enfim,
havia princípios de caridade, mas não de justiça social”.
“Carolina e seus filhos
ainda passavam fome”. Demorou ainda um tempo para que o sucesso do livro
permitisse que ela e seus filhos se mudassem da favela. E quando isso aconteceu
RECEBERAM PEDRADAS DE ALGUNS DOS EX-VIZINHOS.
Seu sucesso como escritora gerou hostilidade no Canindé. “Quem você pensa que é para largar sua condição de favelada
morta de fome”? Você vai embora e nós, seus iguais, ficaremos aqui?
Carolina
morreu de asma, no dia 13 de fevereiro no ano de 1977, em seu sitio, em
Parelheiros, São Paulo.
Vera
Eunice, filha mais nova de Caroline, relata que a mãe estava numa faze
tranquila, um pouco adoentada, mas nada serio. Q que afligia era o filho
doente, tanto que após Cinco meses de sua morte, ele também faleceu. Vera
acredita que o irmão mais velho, foi o que teve mais contato com a comida
estragada retirada do lixo.
Minha
convivência com a professora Vera Eunice de Jesus:
Sim, eu conheço a Vera,
por três anos me deu aula de língua português na escola publica Mario
Arminante, Parelheiros-SP.
No ensino médio, eu
adorava quando a Vera me falava sobre sua mãe, me dava cada vez mais incentivo,
de como é bom ler e escrever. Foi através dela que a vontade de cursar
jornalismo foi crescendo cada vez mais. Hoje tenho muito a agradecer, Vera é
uma excelente professora, e Carolina foi uma excelente escritora e poetisa.
Só tenho a agradecer à
professora Vera, a Carolina por faze de uma leitura, uma visão ampla, e também
ao meu amigo Josué Emídio, que se não fosse por ele, eu não estaria escrevendo
essa resenha e tendo uma opinião positiva e conhecendo um pouco sobre Carolina.
Meu
ponto de vista sobre Carolina:
Quando
pensamos em Carolina, pensamos que na vida não há limites, você só para porque
quer, pois é com muita garra, luta, foco e força que você chega aonde quer
chegar, supera seus obstáculos para sempre começar um novo dia, não tenha medo,
se quer? Vá! Corre atrás.
Impressão e Acabamento
Expressão e Arte Gráfica
Segundo pesquisas de Raffaella Fernandez, Carolina publicou em vida:
Quarto de despejo: diário de uma favelada
Casa de Alvenaria
Pedaços da fome
Obras póstumas são:
Jornal de Bitita
Diário de Bitita
Foto: Josué Emídio
Livro de: Josué Emídio
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